segunda-feira, 25 de julho de 2011

Despertando, acreditando, deixando de se enganar...

Tem coisas na vida que depois que passamos preferimos nem saber dos detalhes que as fizeram...
            Tem gente na vida que trata sentimento como brinquedo e que prefere acreditar que sensibilidade é coisa para os fracos...
            Tem sentimentos que crescem dentro de nós sem nos pedir licença e acabam arrastando tudo aquilo que ousamos chamar de equilíbrio...

Ela fez questão de nem querer saber onde a mentira começou. Tinha certeza que as incertezas que os rodeavam eram inúmeras, por isso nem procurou descobrir quanto tempo viveu tudo sozinha ou quase desacompanhada. Não quis saber quantas namoradas que ela não descobriu,quantos silêncios e desvios que não percebeu. Nem quis saber sobre aquele fim-de-semana que não o viu, do pouco caso que ele fez do seu sofrimento, da falta movimento a seu favor, de nenhum amor que ela lembre. Não quis saber. Quantas mentiras contou pra lhe acalmar, quantos mares a navegar sem ela, que fim deram aqueles retratos, se aquele abraço era mesmo assim, não quis saber. Quantos meses ele a deixou a delirar e quantos presentes lhe deu sem escolher e quantos beijos foram dados por dar. Não quis saber dos requintes da crueldade nem do momento fatal, o que não se sabe não faz mal. E por não mais querer saber ela sobreviveu, superou, acordou e parou de se enganar... Sobreviveu ao desamor de gente que ainda vivi procurando formas de viver por aí, que vivi se perdendo em sentimentos fultéis e se envolvendo por momentos que passam sem nada deixar. Superou as decepções causadas por um “outro” que nunca soube e talvez nunca vá saber o que é doar um sentimento de verdade, puro e ardente. Acordou de um sonho que teve um certo gosto de pesadelo por ter arrancado dela tantas lágrimas e ter levado consigo tantos planos que tinha sabor de felicidade. Ela parou de se enganar por ter dentro de si um amor imenso e forte -  seu amor próprio – e descobriu que o que ela acabará de viver não passava de uma paixão desordenada que nasceu entre o adormecer e o despertar de um lindo amor. Tudo estava mascarado, mas ela não conseguia ver isso. Estava envolvida, as lágrimas que derramou outrora, deixaram sua vista turva e justamente por isso ela não viu o que era tão obvio: o amor não é para todos os tipos. Amor é pra quem sonha alto e jamais cruza os braços... Amar é para os corajosos!!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Chances a mais... Encantos a menos...

        
Algumas coisas na vida são dotadas de encanto, e esse encanto é o que geralmente delimita a intensidade com a qual momentos de nossas vidas serão aproveitados... Os relacionamentos são ótimos exemplos disso, e certamente alguém já ouviu ou viveu uma história semelhante a esta;
       No começo era tudo muito envolvente, ele sempre muito atencioso, sempre fazendo questão de estar por perto, de ser gentil, de ser simpático com os amigos dela... Ela envolvida, mas, não muito, tinha receio de que só fosse mais uma pegadinha do seu coração que sempre teve o dedo meio podre pra esse tipo de escolhas. Porém, com o tempo as coisas foram se intensificando, ela foi descobrindo que dessa vez havia um encanto diferente, foi sentindo-se encantada, foi encantando e aí: já era. O coração nem avisou nada e foi logo abrindo as portas para uma paixão avassaladora que naquele momento não dava sinais que das marcas que deixaria.
        Se observarmos o encanto que as coisas tem no começo com toda certeza sentiremos algum tipo de revolta ou então ficaremos rodeados de interrogações, afinal, porque tanto encantamento pra nada? Porque tanta sensibilidade se por trás dela há fingimento? Aquilo tudo que foi causador desse amaranhado de sentimentos aos poucos foi se degenerando e dando lugar a uma frieza mórbida...
       As discussões passaram a ser constantes, sem motivos concretos e altamente desgastantes. As ligações tornaram-se raras - já não sobrava tanta falta - não havia preocupação, os encontros casuais, e a falta de tempo virou justificativa para noites e noites de espera... O sinais eram visíveis, a indiferença era gritante, mas, quando se trata de sentimentos insistimos em procurar saídas que alimentem nossos desejos. Ela sabia que as coisas não iam bem, no entanto nunca pensava em desistir e seguia procurando formas de contornar a situação. Começou a dá novas chances, começou a deixar de lado suas exigências e quis acreditar que o que sentia era tão forte que daria conta de amar pelos dois.
       Seu coração corria perigo, ela continuava dando novas chances,continuava acreditando que tudo ficaria bem, continuava lutando pra que tanto sentimento fosse reconhecido... Seu vôo foi alto demais, e as novas chances não valiam de mais nada, ele estava aos poucos indo embora - dizia que tinha medo de perde-la mas nada fazia para tê-la - foi tudo se quebrando, como um cristal que jamais pode ser recuperado, tudo foi se quebrando... O encanto foi sendo reduzido, sufocado, e deixou de ser alimentado...
    Nessa hora ela entendeu - com dificuldade - que as chances que deveria dá daí pra frente seriam a ela mesma. Novas chances pra ela fosse feliz, novas chances pro seu coração provar de um amor novo, novas chances para novas aventuras... Ela perdeu quem tanto desejou e a quem tanto se dedicou... Ele cometeu o gravíssimo erro de tratar sentimentos como coisas sem importância. Ela sofreu, mas, não se arrependeu pois colherá bons frutos das boas sementes que plantou. Já ele... Ele colherá frutos amargos, pois um dia tratou "milagres triviais" como brinquedos de final de semana....
     Tudo tem um tempo certo aqui na Terra. Ela entendeu que seu coração ainda era muito menino para deixar de sentir gostos doces simplesmente porque se deixou atrair por um ser rodeado de amargura. A Força que rege o universo - Deus - nos dá sempre novas chances, e ela viu que continuar chorando o cristal quebrado não valeria a pena, então, levantou a cabeça e foi viver um pouco lá fora: longe dos encantos desencantados, viu que novos encantos podiam nascer todos os dias e que na hora certa seu coração encontraria o "ele" que merecerá sempre novas chances e que não permitirá que o encanto acabe para sempre...

"Fez de seu sonho um navio, fez do encanto um farol e acreditou que assim que encontrasse o seu porto seguro lá estaria também um novo cristal.... Finalmente ela aprendeu que novas chances são dadas a pessoa dignas delas."

domingo, 3 de julho de 2011

[..]Arrisque-se. Corações tem sede de verdades...


(...) Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.

     

     As nossas emoções são por vezes traiçoeiras - eu sei -  mas nem por isso devemos deixar de nos entregar a elas, se nos tornamos frios por medo de sofrer acabamos por ter medo de viver, e ninguém  pode ser feliz se não vive. Quando falo em viver me remeto a participação efetiva neste grande quebra-cabeça chamado de vida, afinal, o essencial é viver! Porque sobreviver nunca foi nem nunca será o bastante.
      A gente se depara com tanta gente, com tantos sentimentos, com tantas emoções, com tantos conceitos... Gente que gosta de gente, gente que prefere silêncio, gente que tem medo de tudo, gente que não teme nada, é uma grande cocha de retalhos e cada nova experiência acrescenta algo em nós, mas mesmo vivendo em constante transformação a gente não pode se perder, não pode perder a essência. Cada um tem dentro si algo que é caracteristicamente individual, que difere o seu "eu" dos outros "eus" do mundo, e isso é simplesmente encantador. Saber que mesmo que o mundo lá fora queira fazer de mim ou de você simples bonecos que seguem um "sistema" nós temos guardado em nosso intimo um dispositivo que nos impede de nos transformamos em seres insensivéis.
         Não vejo razão em vivermos de arrependimentos: arrependidos porque amamos, arrependidos porque nos apaixonamos, arrependidos porque perdemos uma noite de sono, porque dissemos sim, porque dissemos não, porque devíamos ter ido e ficamos, porque devíamos ter ficado e fomos... Arriscar-se é preciso - e quando falo em riscos não digo que devemos nos jogar de um prédio de 30 andares e ver o que acontece - falo de intensidades, falo se sentimentos. Só porque você conheceu alguém que cometeu o terrível erro de desdenhar seus sentimentos não significa que o resto do mundo faça o mesmo, muito pelo contrário, mas, se você deixar sua verdade deixar de ser verdade por causa das mentiras que lhe disseram você vai acabar vivendo na mentira também.
    As mentiras alheias não devem confundir nossas verdades, afinal, delas vêm nossa essência, você é o que você acredita. Não sinta vergonha por se apaixonar, por acreditar em amizades verdadeiras ou por acreditar em amor de verdade, tudo isso pode existir desde que  você não deixe sua felicidade depender de um alguém que vive de mentiras. Queira ter vontade de ir além do que te espera, é tão bom ver o que está além do horizonte...  Não me arrependo de nada que sinto, só de não ter visto antes que os olhos do outro lado já me avisavam que tudo não passou de mentira, mas, tenho consciência que se para o outro foi mentira pra mim continua sendo uma verdade relativa. Fui tão sincera, tão viva, tão fervorosa que talvez em algum momento minha verdade tenha atingido até quem insistia em viver uma mentira.
  Meu coração tem sede de muita coisa, sua sede maior? Verdades! Ele vive uma busca constante, tá cansado de esquecimentos, cansado dos medos lá fora, das defesas egoístas, do individualismo e da indiferença. Corações são sedentos de verdade, o que é sincero tem uma gosto menos amargo, e cheiro suave e nunca se torna motivo de rancores...

 

"Viva suas verdades, não tenha medo dos que vivem fugindo delas. Um dia a semente que você plantou por não ter medo de sentir de verdade pode te trazer frutos saborosos. Arrisque-se a viver intensamente, viver não cabe em mentiras..."